quarta-feira, 30 de abril de 2008

Educação e a Humanidade

Temos consciência do que deve ser feito
porém
poucas vezes agimos como deveríamos


terça-feira, 29 de abril de 2008

II Encontro de Laptops na Educação



Dia 25 de abril de 2008, sexta-feira aconteceu na maravilhosa cidade do Rio de Janeiro o II encontro de Laptop na Educação e eu estava lá para conferir de perto os resultados obtidos pelas escolas pilotos no TO, SP, RS, DF e RJ.

Maximiliana B.F.dos Santos da Rede de Educação Adventista - Santa Catarina
Maria Isabel Guimarães do Instituto Ayrton Senna
Cybele Meyer do Educar Já!


Este encontro organizado pela professora Denise Vilardo proporcionou um debate sobre as experiências obtidas com a aplicação do Projeto UCA durante o ano de 2007. Foram 1390 laptops de três modelos (Classmate PC – Intel/Positivo, Mobilis - Encore Software e XO) distribuídos para cinco cidades dos estados acima relacionados.


Denise Vilardo - Organizadora do evento e eu

Embora o Projeto UCA pregue Um Computador por Aluno não foi o que aconteceu na maioria das Escolas Pilotos. Por esta razão as mesmas tiveram que desenvolver estratégias de uso para que a maioria das crianças pudesse dispor dos laptops.
Em razão disso, diversos fatores tiveram que ser considerados como a recarga da bateria que propicia um tempo de uso de aproximadamente quatro horas, e como o mesmo laptop seria utilizado por dois períodos (manhã e tarde), a bateria teria que ser carregada e estar abastecida para o uso da turma seguinte.

Cada escola tentou adaptar estas dificuldades da melhor forma possível levando em conta o não prejuízo do aluno/usuário. Tiveram que providenciar um local prático para guardá-los bem como possibilitar a cada aluno o uso do “seu” laptop uma vez que este procedimento era muito cobrado pelos alunos que não aceitavam outro que não o dele. “Eu quero o meu” ou “Este não é o meu” argumentavam os alunos.

Laptop - Classmate
Laptop - Mobilis
Laptop - XO

Esclarecimentos funcionais à parte vamos para a utilização dos PCs em sala de aula. Tanto os professores quanto os alunos não sabiam nada sobre como usar os laptops. O primeiro manuseio serviu para a exploração e já de início deu-se a colaboração, pois a cada descoberta havia um compartilhar tanto entre os alunos quanto com o professor.

Alguns professores compartilharam conosco a sua aflição: “Não havia manual mostrando para que servia cada botãozinho ali existente, então tudo que os alunos iam descobrindo eu ia anotando no meu caderninho e de noite eu treinava em casa”.
Veja a maravilha da parceria que se formava entre professor/aluno no qual o professor também se disponibilizava a aprender com seu aluno.

Aqueles alunos com mais facilidade no manuseio foram designados monitores com a responsabilidade de auxiliar aqueles que apresentavam maior dificuldade.
Ao professor cabia a preocupação de que forma utilizaria este instrumento em sala de aula. . "Ao trazer os computadores para sala de aula, temos de refazer os projetos político-pedagógicos" disse a professora Lílian Marques de Palmas (TO).


Profª Lilian de Paula Marques em pé. Sentada à mesa está a coordenadora do Projeto em Palmas (TO) Leila Ramos

A escola Estadual de Ensino Fundamental Luciana de Abreu em Porto Alegre (RS) representada pela professora Tânia Mara Oliveira optou por utilizar o laptop durante todo o período escolar não estabelecendo dia da semana e horário de uso. O laptop seria utilizado toda vez que fosse necessário. Assim durante a aula, a cada pergunta feita pelo aluno lhe era sugerido que pesquisasse e encontrasse a resposta.

Sua criatividade estava sendo estimulada bem como o processo de leitura e escrita estava sendo potencializado.


Profª Tânia Mara Oliveira de Porto Alegre (RS)

Algumas simulações começam a ser realizadas e o fator mobilidade foi de fundamental importância uma vez que quando o assunto envolvia alguma situação externa, como o estudo das formigas por exemplo, cada aluno, de posse do seu pc ia para o pátio e lá colhia imagens e pesquisava robustecendo o assunto em pauta.

Em razão desta postura, muitos projetos foram colocados em prática e como resultado se constatou atitudes éticas e colaborativas de alunos autônomos e críticos.
Um Projeto executado por um grupo era imediatamente compartilhado com os outros grupos da classe, caso estes assim o quisessem, propiciando o intercâmbio das informações bem como fortalecendo a formação de opinião.

Diante de uma dúvida levantada por um aluno se toda a classe se interessasse, formava-se um grande grupo de pesquisas com partilha de informações. Quando a pergunta interessava somente a um determinado grupo, formavam-se muitos grupos com interesses distintos que ao final partilhavam os resultados.


Simão Pedro Marinho - Consultor do GT do Projeto UCA - SEED/MEC

Houve a inclusão do uso dos laptops no Projeto Político Pedagógico das escolas.

Nas escolas que propiciavam um laptop por aluno, estes levavam para a casa havendo a inclusão digital da família. Este fator se tornou muito importante uma vez que acabou integrando todos numa mesma aprendizagem. Houve o relato de um aluno de que o pai chegou a passar a noite em claro manuseando o laptop.

Houve, de uma maneira geral, a elevação da auto-estima dos alunos. As faltas diminuíram consideravelmente, a evasão escolar não aconteceu nestas escolas Pilotos.
Os alunos que levaram os laptops para casa não queriam entrar de férias porque teriam que deixar o PC na escola. Muitos choraram quando as aulas acabaram.


Profª Edna Telles - E.M.E.F. Ernani Silva Bruno (São Paulo -SP)
Roseli Lopes - USP - coordenação do Projeto em São Paulo (SP)
Leila Ramos - Coordenação do Projeto em Palmas (TO)
Profª Lilian de Paula Marques - E.E. Dom Alano Marie Du Noday em Palmas (TO)
Antônio Carlos Bello (NTE - Brasília)



Juliano Bittencourt - coordenação do Projeto em Porto Alegre - UFRGS (RS)


Maria Helena Jardim - coordenação do Projeto em Piraí (RJ)

Fotos:
Picasa de Denise Vilardo e meu acervo pessoal

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Laptop para os professores



Toda vez que se fala do uso da Web na Educação as reações dos envolvidos no processo são as mais variadas. Há aquele que se mostra curioso, há o que não quer nem ouvir falar, há o que se faz de surdo não demonstrando qualquer reação enfim, reações diversas.

Tudo isso por quê?
Porque ninguém dá ao professor o suporte necessário para o uso deste recurso.
O Estado do Rio de Janeiro comprou no início do ano (fevereiro) 31 mil laptops com o objetivo de atender 70 mil professores da rede estadual de ensino pretendendo incluí-los digitalmente. Estes laptops já começaram a ser distribuídos.

Será que apenas possuir o laptop faz do professor um incluído digital?
É claro que não!!!
Há que se providenciar capacitação para que aprenda a manusear o laptop, a navegar na internet obtendo subsídios para elaborar uma aula usando as ferramentas que a Web disponibiliza. Se a maioria dos professores, genericamente falando, não consegue ligar um computador, como poderá fazer uso dele em sala de aula?

É em razão dessa falta de respaldo que o professor reage com indignação, alguns, se negando a receber o laptop assinando a desistência uma vez que o mesmo foi entregue em comodato. Outros pensam logo em melhoria no salário ao invés de aplicar o dinheiro “nessas máquinas que não servem para nada”.

Isso sem mencionar que os 60 milhões de reais utilizados para a compra desses laptops foram retirados do Fundo Estadual de Combate à Pobreza, mas isso é assunto para outro artigo.

Falando na capacitação do professor faço um paralelo me reportando ao final do século XIX começo do século XX com a invenção do carro. Até então o cavalo era muito bem vindo como meio de locomoção. Não precisava fazer curso para montar e desde cedo era utilizado.
Então apareceu o carro. Uma novidade, a princípio, disponibilizada para poucos. Os que arriscavam usá-lo saíam fazendo barbeiragens porque não havia regras a serem seguidas.

Porém, o carro era uma “novidade” que tinha vindo para ficar.
Então houve uma mobilização de todos os interessados em proporcionar maiores facilidades para o uso desta “ferramenta” de locomoção. Surgiram as oficinas de reparos, postos de gasolina, estradas primeiramente de terra depois asfaltadas e assim por diante.

Havia ainda aquele que não abandonava o cavalo porque era o meio de locomoção que ele já estava familiarizado. Ninguém abandona sua zona de conforto sem um incentivo.

Como forma de persuadir as pessoas a enxergarem o carro como uma invenção que poderia trazer muitos benefícios exaltava-se o fato de ser mais confortável, de transportar mais pessoas e outras vantagens. Como forma de convencer ser o carro mais veloz do que o cavalo começou-se a equiparar a potência do motor ao número de cavalos que seriam necessários para atingir tal velocidade, metaforicamente falando.

Conforme o carro foi sendo aceito socialmente surgiram os CURSOS para que os motoristas aprendessem a lidar com seus recursos podendo utilizá-los de forma ampla e eficaz.

Encurtando a história, hoje ninguém consegue viver sem o carro. Porém, ainda hoje as pessoas freqüentam cursos (auto-escola) para poder utilizar esta ferramenta.

É dessa forma que enxergo o uso do computador/ Web pelos professores.
Ela também veio para ficar, não há como fugir disso, porém há que existir cursos específicos para o professor aprender como usá-los pedagogicamente.

Dizer que o laptop servirá para o professor preparar suas aulas no Word isso é uma falsa visão da inclusão digital. Web é interação e ninguém interage preparando aula no Word, sozinho. O professor tem que saber que ele pode usar até o e-mail, que é o recurso mais simples e mais conhecido, como fonte de interação e aprendizagem.

Só que como é tudo muito novo e os caminhos estão sendo desbravados é preciso fornecer o mínimo de informação para que se comece a usufruir da Web pelos recursos mais simples.
Para isso é preciso que se mobilize material específico sobre o uso destes recursos.

O que não pode acontecer é se dar asas a quem não sabe voar. Comprem as asas e, concomitantemente, ensinem a voar.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Ai, que saudade de ocê...

A beleza habita na simplicidade!

Esta maravilhosa composição de Vital Farias na melodiosa voz de Cristina Motta retrata toda a simplicidade de uma palavra, um gesto, um pensamento...

Delicie-se!



Ai, que saudade de ocê...

Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade de ocê

Se um dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai que saudade sem fim

E se quiser recordar
Aquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caía no choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é de ocê

terça-feira, 1 de abril de 2008

Dia Internacional do Livro Infantil



Conta uma História.

O ser humano sempre adorou contar suas histórias.

Tudo que acontecesse durante o dia e tivesse uma conotação diferente, já virava história, recheada de “floreios”, que seria contada ao final do dia para todos os familiares quando se reunissem na varanda após o jantar.

O hábito de contar história, melhor dizendo, contar lendas, é milenar tendo origem antes mesmo da escrita a qual eram passadas de geração para geração através da fala onde cada um dava seu toque pessoal.

As lendas mitológicas primam pelo temor que o homem sempre teve diante dos fenômenos da natureza e ao contar seus episódios atribuía a estes fenômenos formas de deuses ou de monstros horríveis.

Estes relatos geravam lendas onde o imaginário superava a realidade e tinham como característica principal: a fatalidade.

Com isto havia a intenção de expressar toda a sua impotência diante do desconhecido.

As lendas são contadas até hoje, muitas ainda através da oralidade conservando sua característica principal: a criatividade.

As histórias voltadas para as crianças aconteceram por volta do século XVII quando a criança passou a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias.

Foi nesta época também que a criança começou a receber uma educação diferenciada onde havia uma preocupação em prepará-la adequadamente para a vida adulta.

Nesta época as histórias eram elaboradas de forma a robustecer estes ensinamentos.

O conto de fadas, desde os seus primórdios, e sabe-se que “Cinderela” já era contado na China no século IX d.C., teve sempre a preocupação de enfatizar a discriminação social, a luta pelo poder, o “conseguir” num vale tudo, bem como a maldade, os maus tratos aos frágeis como crianças e menos afortunados, as buscas incansáveis e a solidão.

Mas também atravessou séculos exaltando valores essenciais ao ser humano como o amor, a solidariedade, a justiça, a compreensão e o bem como vencedor.

Um personagem, de suma importância nos contos de fadas, é justamente o das fadas. Elas são sempre incumbidas do dever de fazer justiça trilhando o caminho do bem e da verdade.

As fadas são sempre representadas pela figura feminina dotadas de grandes virtudes e poderes sobrenaturais.

São a própria expressão do amor.

Mas há o mal que também é representado pela figura feminina, a bruxa, que não mede esforços para conseguir alcançar seus objetivos maléficos não importando os meios que utilizará para chegar até eles.

Há quem diga que o simbolismo fada e bruxa é uma alusão a eterna dualidade feminina.

Normalmente, os Contos de Fadas têm como enredo, provas dificílimas de serem cumpridas, obstáculos a serem vencidos pelo príncipe que normalmente é o herói das histórias, propiciando um encontro com o seu “eu” interior podendo então, ao vencer, se sentir seguro e viver feliz ao lado de sua amada.

Esta linguagem simbólica que envolve personagens e enredos acaba agindo no inconsciente das crianças vindo a auxiliar na resolução de conflitos internos tão normais na infância.

O maniqueísmo envolvendo os personagens tanto para o bem quanto para o mal, facilita a compreensão da criança dos valores básicos para uma vida em sociedade.

A intenção é justamente esta a de levar a criança a se identificar com o herói que é bom. Este sentimento trará uma sensação de segurança e proteção contribuindo para que a criança adquira o equilíbrio quando adulto.

Nas fábulas além de existir o certo a ser seguido e o errado a ser evitado, há a presença forte dos animais, talvez pela afetividade existente entre homem e animal, sendo esta uma forma de estreitar ainda mais estes sentimentos.

Este tipo de história aparece desde século XVIII a.C. na Suméria sendo reinventada no Ocidente por Esopo, um grego que viveu no século V a.C. Mas foi o francês Jean La Fontaine (1621/1692) que introduziu definitivamente a Fábula na Literatura Ocidental.

Na verdade, como já mencionamos acima, elas eram escritas para os adultos, mas até hoje são fábulas apreciadas no mundo infantil.

Nas fábulas, os animais simbolizam características pertencentes ao ser humano e que com o passar do tempo, incorporaram de tal forma, que viraram símbolos. Temos como exemplo o leão que é a imagem da magnitude, da realeza; a raposa que simboliza a astúcia e a esperteza; o cordeiro que representa a ingenuidade e o lobo que é sempre o vilão.

Estes textos recheados de encantamento não só inebriam as crianças como libertam a criança existente dentro de cada adulto.

Há que se ter um cuidado todo especial quanto à interpretação destes contos justamente em razão deste encantamento, razão pela qual se propicia a identificação da criança com o personagem.

As histórias infantis tiveram sempre por finalidade a união do lúdico com o pedagógico.

A magia da literatura é justamente trabalhar com a fantasia.

Podemos, através desta linguagem mágica, transmitir às crianças todos estes conceitos como respeito, educação, solidariedade, companheirismo, que estão praticamente em extinção, em razão da família não ter mais tempo para transmiti-los.

Vamos tentar resgatar o tão sonoro:

... e viveram felizes para sempre!

Cybele Meyer

Branca de Neve - Fantoches


Cinderela


Chapeuzinho Vermelho - Fantoche