
Dia 25 de abril de 2008, sexta-feira aconteceu na maravilhosa cidade do Rio de Janeiro o II encontro de Laptop na Educação e eu estava lá para conferir de perto os resultados obtidos pelas escolas pilotos no TO, SP, RS, DF e RJ.

Maximiliana B.F.dos Santos da Rede de Educação Adventista - Santa Catarina
Maria Isabel Guimarães do Instituto Ayrton Senna
Cybele Meyer do Educar Já!
Este encontro organizado pela professora Denise Vilardo proporcionou um debate sobre as experiências obtidas com a aplicação do Projeto UCA durante o ano de 2007. Foram 1390 laptops de três modelos (Classmate PC – Intel/Positivo, Mobilis - Encore Software e XO) distribuídos para cinco cidades dos estados acima relacionados.

Denise Vilardo - Organizadora do evento e eu
Embora o Projeto UCA pregue Um Computador por Aluno não foi o que aconteceu na maioria das Escolas Pilotos. Por esta razão as mesmas tiveram que desenvolver estratégias de uso para que a maioria das crianças pudesse dispor dos laptops.
Em razão disso, diversos fatores tiveram que ser considerados como a recarga da bateria que propicia um tempo de uso de aproximadamente quatro horas, e como o mesmo laptop seria utilizado por dois períodos (manhã e tarde), a bateria teria que ser carregada e estar abastecida para o uso da turma seguinte.
Cada escola tentou adaptar estas dificuldades da melhor forma possível levando em conta o não prejuízo do aluno/usuário. Tiveram que providenciar um local prático para guardá-los bem como possibilitar a cada aluno o uso do “seu” laptop uma vez que este procedimento era muito cobrado pelos alunos que não aceitavam outro que não o dele. “Eu quero o meu” ou “Este não é o meu” argumentavam os alunos.



Esclarecimentos funcionais à parte vamos para a utilização dos PCs em sala de aula. Tanto os professores quanto os alunos não sabiam nada sobre como usar os laptops. O primeiro manuseio serviu para a exploração e já de início deu-se a colaboração, pois a cada descoberta havia um compartilhar tanto entre os alunos quanto com o professor.
Alguns professores compartilharam conosco a sua aflição: “Não havia manual mostrando para que servia cada botãozinho ali existente, então tudo que os alunos iam descobrindo eu ia anotando no meu caderninho e de noite eu treinava em casa”.
Veja a maravilha da parceria que se formava entre professor/aluno no qual o professor também se disponibilizava a aprender com seu aluno.
Aqueles alunos com mais facilidade no manuseio foram designados monitores com a responsabilidade de auxiliar aqueles que apresentavam maior dificuldade.
Ao professor cabia a preocupação de que forma utilizaria este instrumento em sala de aula. . "Ao trazer os computadores para sala de aula, temos de refazer os projetos político-pedagógicos" disse a professora Lílian Marques de Palmas (TO).

Profª Lilian de Paula Marques em pé. Sentada à mesa está a coordenadora do Projeto em Palmas (TO) Leila Ramos
A escola Estadual de Ensino Fundamental Luciana de Abreu em Porto Alegre (RS) representada pela professora Tânia Mara Oliveira optou por utilizar o laptop durante todo o período escolar não estabelecendo dia da semana e horário de uso. O laptop seria utilizado toda vez que fosse necessário. Assim durante a aula, a cada pergunta feita pelo aluno lhe era sugerido que pesquisasse e encontrasse a resposta.
Sua criatividade estava sendo estimulada bem como o processo de leitura e escrita estava sendo potencializado.

Profª Tânia Mara Oliveira de Porto Alegre (RS)
Algumas simulações começam a ser realizadas e o fator mobilidade foi de fundamental importância uma vez que quando o assunto envolvia alguma situação externa, como o estudo das formigas por exemplo, cada aluno, de posse do seu pc ia para o pátio e lá colhia imagens e pesquisava robustecendo o assunto em pauta.
Em razão desta postura, muitos projetos foram colocados em prática e como resultado se constatou atitudes éticas e colaborativas de alunos autônomos e críticos.
Um Projeto executado por um grupo era imediatamente compartilhado com os outros grupos da classe, caso estes assim o quisessem, propiciando o intercâmbio das informações bem como fortalecendo a formação de opinião.
Diante de uma dúvida levantada por um aluno se toda a classe se interessasse, formava-se um grande grupo de pesquisas com partilha de informações. Quando a pergunta interessava somente a um determinado grupo, formavam-se muitos grupos com interesses distintos que ao final partilhavam os resultados.

Simão Pedro Marinho - Consultor do GT do Projeto UCA - SEED/MEC
Houve a inclusão do uso dos laptops no Projeto Político Pedagógico das escolas.
Nas escolas que propiciavam um laptop por aluno, estes levavam para a casa havendo a inclusão digital da família. Este fator se tornou muito importante uma vez que acabou integrando todos numa mesma aprendizagem. Houve o relato de um aluno de que o pai chegou a passar a noite em claro manuseando o laptop.
Houve, de uma maneira geral, a elevação da auto-estima dos alunos. As faltas diminuíram consideravelmente, a evasão escolar não aconteceu nestas escolas Pilotos.
Os alunos que levaram os laptops para casa não queriam entrar de férias porque teriam que deixar o PC na escola. Muitos choraram quando as aulas acabaram.

Profª Edna Telles - E.M.E.F. Ernani Silva Bruno (São Paulo -SP)
Roseli Lopes - USP - coordenação do Projeto em São Paulo (SP)
Leila Ramos - Coordenação do Projeto em Palmas (TO)
Profª Lilian de Paula Marques - E.E. Dom Alano Marie Du Noday em Palmas (TO)
Antônio Carlos Bello (NTE - Brasília)

Juliano Bittencourt - coordenação do Projeto em Porto Alegre - UFRGS (RS)

Maria Helena Jardim - coordenação do Projeto em Piraí (RJ)
Fotos:
Picasa de Denise Vilardo e meu acervo pessoal
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